Paralisia Cerebral (PC) é o termo usado para descrever danos nas regiões do cérebro que controlam a atividade muscular. Essa condição pode variar em gravidade, com algumas crianças conseguindo andar de forma independente, enquanto outras precisam de apoio, como órteses, muletas, andadores ou cadeiras de rodas.
Os primeiros sinais de Paralisia Cerebral podem ser notados através do atraso no aprendizado de habilidades fundamentais, como rolar, sentar, engatinhar ou andar. O desenvolvimento do sentar-se sozinho geralmente ocorre entre os 6 e 8 meses, enquanto o andar sozinho começa por volta dos 18 meses de idade.
No início da vida (antes dos 3 anos), o foco do tratamento é auxiliar a criança a atingir seus marcos de desenvolvimento, especialmente relacionados à locomoção. Fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia desempenham papéis cruciais nesse processo. À medida que a criança entra na idade escolar, o objetivo do tratamento muda para a manutenção das funções já adquiridas. Fisioterapia ajuda a manter as articulações móveis e a melhorar a força, enquanto dispositivos ortopédicos e auxiliares (órteses, muletas, andadores e cadeiras de rodas) auxiliam a criança a participar plenamente de atividades com seus colegas.
As talas desempenham um papel essencial no tratamento da Paralisia Cerebral, auxiliando a manter os pés apoiados no chão e proporcionando maior estabilidade, o que pode prevenir problemas nos pés. Além disso, elas ajudam a manter os músculos alongados, podendo evitar, em alguns casos, a necessidade precoce de cirurgias.
Medicamentos também são utilizados para tratar a espasticidade, sendo a Toxina Botulínica tipo A (mais conhecida pela marca – Botox) um exemplo eficaz. Essa substância ajuda a reduzir a “rigidez” nos músculos tensos, beneficiando pacientes com movimento total das articulações.
Cirurgias são opções a serem consideradas para tratar as contraturas musculares. Dentre as técnicas utilizadas estão os alongamentos musculares ou tendinosos, as transferências músculo-tendíneas e as tenotomias. Quando essas técnicas são aplicadas adequadamente, podem proporcionar melhorias significativas na função global, facilitando a adaptação a cadeiras e órteses, e, consequentemente, aliviando a dor. Em casos específicos, especialmente nos membros inferiores, cirurgias ósseas, conhecidas como Osteotomias, podem ser necessárias para corrigir deformidades nos quadris, joelhos e pés, proporcionando melhorias na angulação e rotação dessas estruturas.
Cada criança com Paralisia Cerebral é única, o que torna essencial a abordagem individualizada do tratamento. A equipe médica, liderada pelo Ortopedista Pediátrico, trabalha em conjunto com a família para traçar um plano terapêutico preciso e funcional, adaptado às necessidades e condições específicas de cada paciente.
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